Olá artistas de Deus, esta página foi criada para que possamos conhecer um pouco mais, da vida das pessoas que fazem parte dos ministérios de dança de nossa igreja, muitas vezes nos encontramos somente na correria de eventos e festivais e acabamos nos conhecendo muito pouco.
Neste espaço teremos entrevistas com pessoas que fazem parte desse grande mundo dos bailarinos de Deus e Todo mês postaremos novas entrevistas.
- Este mês de Maio a nossa entrevistada é a Coordenadora do Ministério de dança Kyrios - Bangu - RJ
Nome: Fatinha
Qual a sua formação profissional e espiritual?
Sou formada em Pedagogia, com especialização em Educação Especial. Trabalho no EDI Tânia Maria Larrúbia Gomes, em Bangu. Formação espiritual: Católica Apostólica Romana.
Como você vê a dança dentro da Igreja?
Como uma maneira de aproximar mais as crianças, os adolescentes, jovens e adultos à vida da Igreja, da vida em oração e em comunidade. Percebemos que o nosso ministério, está mais atuante dentro da paróquia. Um exemplo foi a Semana Santa. Tivemos atividade do dia 18/04 até o dia 24/04, e eles participaram ativamente, e não foi dançando, mas nas missas, na Via-Sacra, na procissão, na Vigília Pascal. Estavam lá compromissados com a vida da Igreja.
Como surgiu a dança e o ministério/projetos na sua vida?
Na verdade, começamos, eu, a Bruna (hoje missionária da Comunidade Shalom – Fortaleza) e a Thaiana., que está conosco até hoje, e é uma das responsáveis por existir o Kyrios, com o teatro nas missas. Logo depois, o padre convidou a mim e a Thaiana, para ficarmos com a Perseverança. Não sabíamos o que fazer com aquelas crianças. Resolvemos, então, fazer uma perseverança que unisse o teatro e a dança, e daí, surgiu o Kyrios, hoje com 5 anos e são as crianças e os adolescentes da nossa perseverança.
Qual a postura que um ministro de dança deve ter?
Como nos diz São João: “Importa que ele cresça e que eu diminua.” (Jo 3,30). Lembrar sempre que o centro de tudo é o Cristo. E a nossa missão como ministério de dança, é anunciar o Cristo.
O que é mais importante: Técnica ou Unção?
Devemos dar a Deus o melhor, então entra a técnica: o trabalho fica mais bonito, mais harmonioso. Mas é impossível fazer um trabalho voltado para a evangelização sem ter a unção. É a unção do Espírito Santo que nos impulsiona na nossa missão, nos tornando mais fortes e corajosos para realizar nossa arte, que é a dança. Se ficarmos muito preocupados com a técnica, esquecendo da unção, a nossa arte será como outra qualquer, isto é, sem o sentido religioso. Assim como teoria e a prática, a técnica e a unção também devem andar juntas.
Conte-nos um pouco da sua experiência dentro da Igreja?
Minha experiência sempre foi na catequese. Sou catequista de perseverança, mas já trabalhei com a Pré-catequese e com as 1ª e 2ª fases. Estou como responsável pelos leitores mirins e pelo ministério de dança. E agora, juntamente com a coordenação da catequese e com um casal que faz parte de um ministério de música, estamos formando um grupinho para cantar na Missa com as crianças. Meu trabalho sempre foi direcionado às crianças.
Qual o seu recado para os ministros de dança?
Em primeiro lugar, rezar. Se não há oração, não conseguiremos chegar ao coração das pessoas. E sempre escutar a voz de Deus antes de pensar em passos para uma nova coreografia.
“O Senhor não olha tanto a grandeza das nossas obras. Olha mais o amor com que são feitas.” (Stª Tereza de Ávila)
Qual a sua formação profissional?
Formação Profissional - Sou artista-bailarina profissional com registro no Ministério do Trabalho e Emprego. Faço aulas de jazz há 22 anos, de contemporâneo há 8 anos e de clássico há um ano. Procuro participar de muitos workshops e assim conhecer novas técnicas de aprendizado.
Atualmente estudo regularmente 12 horas de dança semanais(divididas entre o jazz, classico e contemporâneo), no Centro de Artes e Dança Realce, com minha amiga-irmã-tia Alessandra Zappala.
Qual a sua formação Formação Espiritual? Como surgiu a dança e o ministério/projetos na sua vida? e Conte-nos um pouco da sua experiência dentro da Igreja:
- Desde pequenina sempre fui muito incentivada pelos meus pais a participar da Santa Missa e viver dentro dos preceitos católicos. Assim fui crescendo, recebi os sacramentos da Comunhão e da Crisma, participei de grupos de jovens e de oração. Mas... (quase sempre tem um "mas" ne? rsrsrs) despiroquei!!! Quando entrei para a faculdade deixei o grupo de jovens e raramente, muito raramente mesmo, ia à Missa. Meu tempo estava todo tomado com a dança, a faculdade, o trabalho e o namoro. E por tantos compromissos eu vivia cansada.(Sabe esses discursos de quem sabe que deveria agir de um jeito certo, mas precisa arrumar uma desculpa para si próprio?). Pois é? Aí...rsrs...
Me casei em 2001, no mesmo ano em que conclui o curso superior de Administração de Empresas. E minha vida de bailarina estava ainda mais intensa. Passei a fazer aulas de dança todos os dias à noite, sábados, domingos e feriados... Eu já era uma bailarina efetiva da Cia Profissional...
Meu pai já havia iniciado as sessões de hemodiálise e se internado diversas vezes, por crises renais muito sérias. Só havia uma solução: transplante renal. A fila na captação de órgãos era imensa, meu pai não poderia esperar. Então, eu que sempre temi hospitais, exames e afins, me candidatei a possível doadora. Então, durante seis meses fizemos todos os exames. E enfim, constatou-se que éramos compatíveis. Que felicidade! Uma semana após completar um ano de casada, viajamos para Juiz de Fora/MG, onde o transplante foi realizado. Antes da operação passei na capela do hospital e senti ali um amor tão grande de Deus para mim. Senti sua misericórdia e seu amor acolhedor para com mais uma filha pródiga... E eu que havia deixado de buscar a Deus, tive a companhia Dele em todos os momentos. Senti Sua presença real! Ele estava comigo naquele hospital, Seu amor era quase tocável, de tão intenso. E a cirurgia foi um sucesso, graças a Deus!!!
Um mês depois, ao retornar para Petrópolis, meu pai entrou para um coral da nossa comunidade, o Virgem do Silencio. Então, na 1ª apresentação dele, após muitos anos de “falta de tempo” eu fui à Missa. Durante a homilia, eu senti no meu coração um chamado muito, muito forte para tornar real meu sonho de ensinar dança à minha comunidade, que vive uma realidade muito comum a tantas outras no Brasil: carência de recursos financeiros e de atenção, drogas, prostituição... Ao terminar a Missa procurei o Padre. Na semana seguinte o grupo de dança Expressão de Louvor nasceu. Éramos apenas 4. Eu ainda não tinha consciência da forte ferramenta de evangelização que é a dança. Mas com o passar do tempo, das aulas e apresentações fui evangelizada pelas minhas próprias coreografias. Deus habitou em meu coração e eu queria que todas as pessoas também pudessem experimentar esse amor. Ele transformou a minha vida! Tomei consciência de que essa era a minha missão! Descobri que Deus tinha um propósito infinitamente maior para mim e para o Expressão de Louvor. Vieram mais e mais jovens e crianças. Eu pedia(e peço) muito a direção de Deus. Estamos todos envolvidos no mesmo propósito que é estarmos sempre disponíveis para levar a Palavra de Deus, aonde for. Já dançamos no paralelepípedo, na lama, na beirinha de um abismo, na chuva, no asfalto, na areia, no pó de pedra, na praça. Já nos machucamos e demos nosso sangue literalmente. Mas sempre ficamos bem e muitíssimo felizes porque nossa meta está lá no Alto, em Deus, em ser fieis instrumentos Dele.
Sou muito grata a Deus, sei que desde quando minha história começou lá trás, precisando dançar por motivos médicos, já era Ele quem me preparava. Do contrário jamais meus pais pensariam em me colocar no ballet, pois não poderiam custear. Já era Ele me preparando para hoje me colocar a seu serviço, através da dança. Sou grata aos meus pais, pelo esforço e pelo amor sem medida. Sou grata a meu esposo – fiel companheiro e incentivador. Sou grata às minhas alunas que confiaram em mim e se dedicam de coração. Sou grata por cada convite que recebemos para apresentações, a cada pessoa que nos assiste e assim torna possível o cumprimento da nossa missão.
Qual o seu recado para os ministros de dança?
Evangelizar pela dança é se disponibilizar como ferramenta de Deus; corpo, mente, coração, oração. Ter a consciência de que precisamos viver a Palavra de Deus, de que nós devemos ser os primeiros a sermos evangelizados pelas nossas coreografias. Deixar Deus preencher toda a nossa vida, para que transbordando deste amor, estejamos capacitados a levar Deus ao próximo. É buscar a direção em oração tendo a preocupação de oferecer uma arte profissional para Deus! É se disponibilizar, se entregar, simplesmente amar.